MORTALIDADE MATERNA POR HEMORRAGIA PÓS-PARTO NAS REGIÕES NORTE E NORDESTE: UM ESTUDO ECOLÓGICO DE SÉRIE TEMPORAL

Resumo

Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico da mortalidade materna por Hemorragia Pós-Parto (HPP) nas regiões Norte e Nordeste. Métodos: Trata-se de estudo retrospectivo, ecológico e descritivo com análise de dados secundários do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) utilizando-se o Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) e o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). Foram coletados os números de Nascidos Vivos (NV) e de óbitos maternos por HPP (CID O72) no Norte e Nordeste entre 2018 e 2022. Calculou-se a mortalidade dividindo-se os óbitos pelos NV e multiplicando o resultado pela constante de 100.000. As variáveis analisadas foram Região, Unidade da Federação (UF), Idade e Cor/Raça. Resultados: Observou-se um risco aumentado de óbito entre mulheres com idade avançada, visto que tanto nortistas quanto nordestinas mais velhas compreenderam as maiores mortalidades registradas. Além disso, pacientes pardas compuseram 70,2% das mortes. Quanto às UF, os estados nordestinos superaram os nortistas. O Ceará, por exemplo, apresentou aumento de 438,9% entre 2019 e 2021, enquanto o Piauí, teve alta de 227,1% nos últimos dois anos. Apesar disso, houve uma redução geral da mortalidade no último ano analisado, sendo mais pronunciada na região Norte, com queda de 64,3%. Conclusão: Esses índices refletem não apenas fragilidades nos serviços de saúde obstétrica, mas também as condições sociais e econômicas das mulheres estudadas. Assim, este estudo fornece dados importantes sobre a mortalidade materna nessas regiões, destacando a necessidade de intervenções direcionadas, visando promover cuidado adequado e erodir as desigualdades sociais que contribuem com o problema.