CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR (EFE) PARA O COMBATE AO SEDENTARISMO E À OBESIDADE INFANTIL: DIÁLOGOS ENTRE AS ABORDAGENS NA FRANÇA E NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.36692/V16N2-99RResumo
A obesidade e o sedentarismo têm se configurado em graves problemas de saúde pública, que acarretam em mortalidade e morbidade diretamente correlacionadas. Ambos fenômenos, não acometem apenas adultos: na infância e juventude têem-se observado um crescimento exponencial nas taxas de sobrepeso, de obesidade e no comportamento sedentário. A Educação Física Escolar (EFE), no Brasil, tem como objetivo o trato com as diversas dimensões da cultura corporal do movimento, contudo, a grande diversidade de conteúdos e a pequena carga horária, têm reservado um tempo cada vez menor para as atividades práticas. Os espaços escolares e o pequeno tempo livre na escola também contribuem para a redução do comportamento ativo. A abordagem da EFE (ou disciplinas correlatas) é diferente entre os países, onde alguns priorizam a educação para a saúde, outros a prática esportiva, outros, a formação de uma cultura corporal. No Brasil, o tempo dedicado à EFE tem sido reduzido ao longo dos anos, enquanto que, paralelamente, os índices de obesidade e sedentarismo infantil crescem exponencialmente. Na França, são dedicadas ao menos 3h semanais para a EFE, além da oferta de tempo extra para práticas esportivas, educação aquática e incentivo à locomoção por ciclovias O país possui uma das menores taxas de obesidade entre crianças. O objetivo desse trabalho é traçar um diálogo entre as abordagens direcionadas à EFE no Brasil e na França, e propor caminhos que possibilitem ações mais efetivas para a educação em saúde na escola, com foco na prevenção e combate à obesidade e ao sedentarismo infantil. Concluímos que, apesar das muitas semelhanças entre as abordagens, a França tem buscado a ampliação do tempo de prática de atividades físicas e esportivas na escola, buscando reverter o avanço da obesidade e do sedentarismo infantil, enquanto, no Brasil, a falta de diretrizes mais específicas e o reduzido tempo disponível nos currículos tornam as ações vinculadas insipientes para o combate à obesidade e ao sedentarismo infantil.