NEUROCIRURGIA FUNCIONAL: TRATAMENTO DE DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS COM ESTIMULAÇÃO CEREBRAL PROFUNDA

Autores

  • Emanuel Moura de Souza Santos
  • Yuri Ribeiro Cantudo Mai
  • Hortência Silva Andrade
  • Ian Miguel Freitas
  • Thomas Henrique de Melo Almeida
  • Igor Peçanha Souza
  • Jaís Monteiro Cordeiro de Alvarenga
  • Davi Daróz Gonçalves
  • Rafael Hubner Andrade
  • Allexia Zopé Sartório Brum

DOI:

https://doi.org/10.36692/V16N2-146R

Resumo

 A neurocirurgia funcional é uma especialidade que busca tratar distúrbios neurológicos e neuropsiquiátricos por meio de intervenções cirúrgicas que alteram a função cerebral. A Estimulação Cerebral Profunda (ECP) é uma das abordagens mais inovadoras e eficazes na neurocirurgia funcional, envolvendo a inserção de eletrodos em áreas específicas do cérebro para modular a atividade neuronal. Esta técnica tem mostrado resultados promissores no tratamento de distúrbios como a doença de Parkinson, tremores essenciais, distonia e transtornos obsessivo-compulsivos. Este resumo explora os princípios da neurocirurgia funcional, a aplicação da estimulação cerebral profunda, seus benefícios, desafios e as perspectivas futuras dessa abordagem. O objetivo deste trabalho é revisar a aplicação da estimulação cerebral profunda na neurocirurgia funcional, destacando os principais distúrbios neurológicos tratados com essa técnica. Pretende-se analisar a eficácia e segurança da ECP, discutir os avanços tecnológicos e metodológicos, e identificar os desafios e áreas de desenvolvimento futuro na aplicação dessa terapia. Trata-se de uma revisão bibliográfica focada na eficácia e evolução da estimulação cerebral profunda (ECP) para Parkinson e outros distúrbios neurológicos. Utilizou-se uma abordagem qualitativa e quantitativa com as bases de dados PubMed, Scopus e Web of Science. Para o refinamento da pesquisa, foram utilizados os descritores em saúde “Estimulação Cerebral Profunda”, “Doença de Parkinson”, “Distúrbios do Movimento” e “Avanços Tecnológicos”. O recorte temporal abrange os anos de 2019 a 2021. A estimulação cerebral profunda é uma técnica que envolve a inserção de eletrodos em regiões específicas do cérebro, conectados a um gerador de pulsos implantado sob a pele. Os pulsos elétricos gerados pelos eletrodos modulam a atividade neuronal nas áreas-alvo, ajudando a aliviar sintomas e melhorar a função neurológica. A ECP atua através da modulação da atividade elétrica cerebral em áreas específicas, como os núcleos da base, que estão frequentemente envolvidos em distúrbios motores e neuropsiquiátricos. A estimulação contínua altera a atividade neuronal anormal, ajudando a restaurar o equilíbrio funcional no cérebro. A escolha das áreas de estimulação é baseada na neuroanatomia e na patofisiologia do distúrbio neurológico. A ECP é amplamente utilizada no tratamento da doença de Parkinson, especialmente em pacientes que não respondem adequadamente à medicação. A estimulação do núcleo subtalâmico ou do globo pálido interno tem demonstrado reduzir significativamente os sintomas motores, como tremores, rigidez e bradicinesia, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Além da doença de Parkinson, a ECP tem sido eficaz no tratamento de tremores essenciais e distonia. Em pacientes com tremores essenciais, a estimulação do núcleo ventral intermediário do tálamo pode reduzir a amplitude dos tremores, enquanto a estimulação do globo pálido interno pode aliviar os sintomas de distonia, uma condição caracterizada por contrações musculares involuntárias e anormais. A ECP também tem sido explorada no tratamento de transtornos obsessivo-compulsivos, especialmente em casos graves que não respondem a tratamentos convencionais. A estimulação de áreas como o circuito frontoestriatal pode ajudar a reduzir os sintomas obsessivos e compulsivos, oferecendo uma alternativa para pacientes com formas severas do transtorno. Os avanços na tecnologia de ECP, incluindo o desenvolvimento de dispositivos mais precisos e ajustáveis, têm melhorado a eficácia e a segurança do tratamento. Técnicas de imagem cerebral avançadas, como a ressonância magnética funcional, têm auxiliado na identificação das áreas-alvo mais eficazes para estimulação, aumentando a precisão da terapia. Apesar dos benefícios, a ECP enfrenta desafios, como a necessidade de ajuste preciso dos parâmetros de estimulação e a possibilidade de efeitos colaterais, como distúrbios do humor e infecções no local do implante. Além disso, a terapia requer um acompanhamento contínuo para ajustar os parâmetros de estimulação e gerenciar possíveis complicações. Portanto, conclui-se que a estimulação cerebral profunda é uma abordagem eficaz e inovadora na neurocirurgia funcional para o tratamento de distúrbios neurológicos, incluindo a doença de Parkinson, tremores essenciais, distonia e transtornos obsessivo-compulsivos. A técnica oferece benefícios significativos na modulação da atividade cerebral e alívio dos sintomas, especialmente em casos onde os tratamentos convencionais são insuficientes. Com os avanços tecnológicos e metodológicos contínuos, a ECP tem o potencial de se tornar uma terapia ainda mais refinada e amplamente acessível. No entanto, é crucial continuar a pesquisa e o desenvolvimento para superar desafios e melhorar a eficácia e segurança da estimulação cerebral profunda, garantindo melhores resultados para os pacientes. 

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Publicado

2024-06-07

Edição

Seção

Artigo de Revisão

Como Citar

NEUROCIRURGIA FUNCIONAL: TRATAMENTO DE DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS COM ESTIMULAÇÃO CEREBRAL PROFUNDA. (2024). Revista CPAQV - Centro De Pesquisas Avançadas Em Qualidade De Vida , 16(2). https://doi.org/10.36692/V16N2-146R