TERAPIAS VENTILATÓRIAS NÃO INVASIVAS EM PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA POR DIFERENTES INTERFACES
DOI:
https://doi.org/10.36692/V16N3-7RResumo
A cirurgia cardíaca é um dos procedimentos cirúrgicos mais realizados em todo o mundo, sendo registrados em torno de 6 milhões de casos anualmente. Suas complicações pulmonares são frequentes, resultando em aumento do tempo de internação hospitalar, dos custos e da morbidade perioperatória. A interrupção completa da ventilação artificial invasiva deve ser feita assim que possível, evoluindo para extubação orotraqueal. Entretanto, sinais e sintomas de agravo do quadro respiratório podem aparecer, recomendando o emprego de VNI como forma terapêutica. Atualmente, a diversidade de interfaces para o uso de VNI, além de recursos, tais como, CNAF e a oferta de CPAP por capacetes, precisam de mais estudos em indivíduos submetidos a cirurgia cardíaca. Através da metodologia de revisão da literatura em bases de dados validadas, identificou-se os principais recursos utilizados para a terapia em questão, compreendendo seus potenciais e limitações. A escolha mais frequente da máscara facial e da máscara facial total foi evidente. A primeira, pelo baixo custo e tempo de uso em práticas clínicas com fortes evidencias. E a segunda, pela capacidade de gerar mais conforto e consequentemente maior adesão. A CNAF mostra-se eficiente em quadros de hipoxemia, que é uma das complicações mais frequentes desta cirurgia, podendo manter uma PEEP variável pelo fluxo. Quanto ao capacete, possui características únicas, proporcionando uma CPAP contínua através do fluxo elevado. Seu conforto é questionável e os resultados em pós-operatório são animadores. Conclui-se que, os efeitos conhecidos da pressão positiva elevam o grau de recomendação da terapia. A escolha criteriosa do recurso é vital, devendo-se considerar os efeitos fisiológicos e a capacidade de adaptação do paciente. Capacetes e CNAF podem ser indicados, porém, são escassos os estudos para este grupo.