ANÁLISE DOS INDICADORES DE OXIGENOTERAPIA PARA O CONTROLE DA HIPEROXEMIA EM PACIENTES CRÍTICOS DE UM HOSPITAL PÚBLICO DE REFERÊNCIA NA AMAZÔNIA

Autores

  • Walter de Aquino Vieira Filho
  • Erik Cesar Motta Bentes Ramo
  • Jean Ronald da Silva Sabel
  • Nayan Leonardo Sousa Lopes
  • Ellen do Socorro Cruz de Maria

DOI:

https://doi.org/10.36692/v13n1-7

Palavras-chave:

Hiperoxemia, oxigenoterapia, efeitos deletérios do uso de O2.

Resumo

Introdução: A utilização de oxigênio (o2) de suporte é um recurso terapêutico comumente utilizado em pacientes graves, porém assim como usada para cura, se utilizado de maneira excessiva, pode acarretar riscos a vida. A oferta em demasia chega a acometer 50% dos pacientes nas Unidades de terapia intensiva. A observação de indicadores para controle do o2 ofertado é crucial para diminuição da hiperoxemia em pacientes críticos, logo diminuindo a mortalidade dos mesmos nas Unidades de terapia intensiva como demonstrado em estudos diversos. Objetivo: Apresentar os indicadores de controle de O2 ofertado para evitar a hiperoxemia. Método: Estudo de caráter Observacional Comparativo de dados, com base no caderno de monitoramento dos fisioterapeutas de um Hospital Público de Referência na Amazônia. Como critério de inclusão foram aceitos todos os valores referentes aos pacientes internados na UTI em uso, sendo considerados para hiperoxemia os valores acima de 10% da PaO2 recomendado para idade. Foram excluídos do estudo os valores referentes aos pacientes internados na enfermaria, DPOC, respirando espontaneamente em ar ambiente ou com FiO2 à 21%, nebulização com O2 sem critério de indicação, hipoxemia por shunt ou espaço morto. Resultados e Discussão: O estudo mostrou a importância da utilização controlada de O2 em pacientes nas unidades de terapia intensiva, apresentando como principais resultados uma diminuição do consumo médio de oxigênio ofertado, pela queda da média mantida em uso de Fio2, assim como o declínio no índice de hiperoxemia dos valores analisados.  A presença do fisioterapeuta 24h na unidade de terapia intensiva é de extrema importância para diminuição do consumo de oxigênio, assim como a do Fisioterapeuta Diarista, pois o mesmo com sua avaliação identifica a necessidade de implementação de rotinas e normas de controle, mantendo a educação continuada frente à conduta planejada para cada caso, sendo neste, frente ao uso de 02 para cada aplicação terapêutica. Tais dados sugerem que o fisioterapeuta pode gerar uma diminuição no índice de mortalidade de pacientes com hiperoxemia e proporcionar uma economia nos gastos hospitalares. Conclusão: Este estudo mostrou que este indicador trouxe benefícios à rotina, porém há necessidade de melhor entendimento e uso do o2, com objetivo de maior qualificação na assistência ao paciente. Podemos sugerir a inclusão do fisioterapeuta diarista, pois o mesmo preserva a assistência segura ao paciente, minimiza erros de conduta, busca melhorias no atendimento e realiza educação continuada.

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OBSERVAÇÃO: Os autores declaram não existir conflitos de interesse de qualquer natureza.

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