EXERCÍCIO FÍSICO E SEUS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE DAS CRIANÇAS: UMA REVISÃO NARRATIVA

Autores

  • Anderson dos Santos Carvalho
  • Pedro Pugliesi Abdalla
  • Nandhara Gabriela Ferreira da Silva
  • Jair Rodrigues Garcia Júnior
  • Aline Madia Mantovani
  • Nilo César Ramos

DOI:

https://doi.org/10.36692/v13n1-7r

Palavras-chave:

Atividade física. Obesidade. Sedentário.

Resumo

O sobrepeso e o desenvolvimento motor pobre nas crianças e adolescentes, que podem ser constatados em diferentes regiões e classes sociais, decorrem sobretudo do estilo de vida sedentário. Por si, o sedentarismo é um fator de risco para as doenças crônicas e mortalidade, principalmente na vida adulta, e por isso deve ser combatido desde a infância. Urbanização, desenvolvimento industrial, meios de comunicação, aparelhos eletrônicos, falta de estímulo e de exemplo dos pais se constituem num ambiente favorável para prática insuficiente de atividades físicas por até 81% das crianças e adolescentes. Por outro lado, há grande número de possibilidades para prática de exercícios de intensidade moderada a vigorosa, que efetivamente possam proporcionar benefícios para os jovens. Quando a Educação Física escolar não é suficiente, seja por seu conteúdo ou limitação de número de aulas, as escolas de esportes, os exercícios de musculação nas academias, o treinamento funcional e o CrossFit estão entre as opções que podem motivar os jovens. Os esportes e modalidades de treinamento proporcionam o desenvolvimento de uma gama de capacidades físicas, o pleno desenvolvimento somático e de aspectos cognitivos e emocionais. Cabem aos pais dois importantes papéis neste início de caminhada dos filhos para o estilo de vida ativo. Em primeiro estimular e deixar de lado crenças e informações enganosas sobre riscos de algumas modalidades de treinamento; em segundo garantir que os filhos pratiquem a modalidade escolhida sob supervisão de um profissional de Educação Física, de forma a garantir a correção postural durante os exercícios, execução correta dos movimentos, o feedback para os aprendizes, a adequada densidade das sessões e o cumprimento dos princípios do treinamento físico para proporcionar os melhores benefícios.

Referências

Gomersall SR, Ng N, Burton NW, Pavey TG, Gilson ND, Brown WJ. Estimating physical activity and sedentary behavior in a free-living context: a pragmatic comparison of consumer-based activity trackers and ActiGraph accelerometry. Journal of Medical Internet Research. 2016;18(9):1-12.

Carvalho AS, Abdalla PP, Júnior CRB. Atuação do profissional de educação física no sistema único de saúde: revisão sistemática. Revista Brasileira em Promoção da Saúde. 2017;30(3):11.

Bedard C, Bremer E, Campbell W, Cairney J. Evaluation of a direct-instruction intervention to improve movement and preliteracy skills among young children: a within-subject repeated measures design. Frontiers in Pediatrics. 2018;5(1):1-9.

Kelishadi R, Qorbani M, Djalalinia S, Sheidaei A, Rezaei F, Arefirad T, et al. Physical inactivity and associated factors in Iranian children and adolescents: the weight disorders survey of the CASPIAN-IV study. Cardiovascular and Thoracic Research 2017;9(1):41-8.

Organization WH. Global recommendations on physical activity for health 5-17 years old

Available from: http://www.saude.br/index.php/articles/84-atividade-fisica/229-recomendacoes-da-oms-dos-niveis-de-atividade-fisica-para-todas-as-faixas-etarias.

Srivastav P, Broadbent S, K V, Nayak B, Bhat HV. Prevention of adolescent obesity: The global picture and an indian perspective. Diabetes & Metabolic Syndrome: Clinical Research & Reviews. 2020;14(1):1195-204.

Gómez-del-Río N, González-González CS, Toledo-Delgado PA, Muñoz-Cruz V, García-Peñalvo F. Health Promotion for Childhood Obesity: An Approach Based on Self-Tracking of Data. Sensors. 2020;20(1):2-28.

Lohman TG, Hingle M, Going SB. Body composition in children. Pediatric Exercise Science. 2013;25(4):573-90.

Carvalho AdS. Habilidades motoras fundamentais e nível de atividade física de crianças: um estudo com escolares do ensino fundamental [Tese de doutorado]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo - USP; 2019.

Pedersen BK. The diaseasome of physical inactivity – and the role of mykines in muscle-fat cross talk. The Journal of physiology. 2009;587(23):5559–68.

Adami F. Equivalência de mensuração e operacional da versão brasileira do Physical Activity Cheklist interview em crianças. Saúde Pública: Universidade de São Paulo; 2011.

Andaki ACR, Tinoco ALA, Júnior RA, Santos A, Brito CJ, Mendes EL. Nível de atividade física como preditor de fatores de risco cardiovasculares em crianças. Motriz. 2013;19(3):8-15.

Zeng N, Ayyub M, Sun H, Wen X, Xiang P, Gao Z. Effects of physical activity on motor skills and cognitive development in early childhood: a systematic review. BioMed Research International. 2017;1(1):1-13.

Ogden CL, Carroll MD, Fryar CD, Flegal KM. Prevalence of Obesity Among Adults and Youth: United States, 2011–2014. Centers for Disease Control and Prevention. 2015;1(219):2-8.

Carvalho AdS, Silva NGFd, Abdalla PP, Cunha LAd, Mantovani4 AM. BENEFÍCIOS DAS HABILIDADES MOTORAS FUNDAMENTAIS NA SAÚDE DAS CRIANÇAS: UMA REVISÃO NARRATIVA. Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida. 2020;12(2):1-11.

Vigitel. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Brasileiros atingem maior índice de obesidade nos últimos treze anos. Brasilia2019 [cited 2020]. Available from: https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/45612-brasileiros-atingem-maior-indice-de-obesidade-nos-ultimos-treze-anos.

Jahn ÂB. O planejamento das aulas de Educação Física dos professores que atuam em uma escola pública de Santa Maria (RS). Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria; 2004.

Brasil. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Fundamental. Educação Física / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF; 1998. 96 p.

Tedesco JC. Novo pacto educativo: educação, competitividade e cidadania na sociedade moderna. São Paulo: Ática; 1998.

Ribeiro GR, Dias CL, Carvalho AdS. Educação física na escola um meio para se educar. Colloquium Humanarum. 2014;11(Especial):865-71.

Mattos MGd, Neira MG. Educação Física infantil: construindo movimento na escola. São Paulo: Phorte; 2008.

Sember V, Jurak G, Kovač M, Morrison SA, Starc G. Children’s Physical Activity, Academic Performance, and Cognitive Functioning: A Systematic Review and Meta-Analysis. Frontiers in Public Health 2020;8(1):1-17.

Barroso ALR, Darido SC. Escola de educação física esporte: possibilidades pedagógicas. Revista Brasileira de Educação Física, Esporte, Lazer e Dança. 2006;1(4):101-14.

Rizzo DS, Ferreira AML. Desenvolvimento positivo dos jovens (DPJ) através do esporte: perspectivas em países da língua portuguesa. Conexões. 2024;12(3):106-20.

Azevêdo PH. O esporte como negócio: uma visão sobre a gestão do esporte nos dias atuais. Estudos Goiania. 2009;36(929-930).

Felfe C, Lechner M, Steinmayr A. Sports and Child Development. PLOS ONE. 2016;11(5):1-23.

Lloyd RS, Faigenbaum AD, Stone MH, Oliver JL, Jeffreys I, Moody JA, et al. Position statement on youth resistance training: the 2014 International Consensus. British Journal of Sports Medicine. 2014;48(7):1-12.

Lesinski M, Herz M, Schmelcher A, Granacher U. Efects of Resistance Training on Physical Fitness in Healthy Children and Adolescents: An Umbrella Review. Sports Medicine 2020;1(1):1-28.

Faigenbaum AD. State of the Art Reviews: Resistance Training for Children and Adolescents: Are There Health Outcomes? American Journal of Lifestyle Medicine. 2007;1(1).

Faigenbaum AD, Myer GD. Resistance training among young athletes: safety, efficacy and injury prevention effects. British Journal of Sports Medicine. 2009;44(1):56-63.

Vretaros A. Treinamento funcional nos esportes: algumas considerações metodológicas. In: UNIFESP UFdSP, editor. São Paulo2016. p. 1-24.

Boyle M. Avanços no treinamento funcional. Porto Alegre: ArtMed; 2015.

Cunha LAd, Ramos NC, Júnior JRG, Abdalla PP, Carvalho AdS. Functional Training in the Preparation of Athletes. Professional Association of Athlete Development Specialists (PAADS). 2018;1(1):1-18.

MONTEIRO AG, EVANGELISTA AL. Treinamento Funcional. Uma Abordagem Prática. São Paulo: Phorte; 2010.

Alon AG, Solberg G, Alon A, Solberg R, Interator O. Software Muscle & Motion 2020 [cited 2020 19 ago ]. Available from: https://www.muscleandmotion.com/.

Tokoph K. True Back Muscles | The Transversospinales and Segmental Groups YouTube: Catalyst University; 2020 [cited 2020 18 ago]. Available from: https://www.youtube.com/watch?v=NFLzjlU7l74.

Tibana RA, Almeida LMd, Prestes J. Crossfit® riscos ou benefícios? O que sabemos até o momento? Revista Brasileira Ciência e Movimento. 2015;23(1):182-5.

Sprey JWC, Ferreira T, Lima MVd, Júnior AD, Jorge PB, Santili C. An Epidemiological Profile of CrossFit Athletes in Brazil. The Orthopaedic Journal of Sports Medicine. 2015;4(8):1-8.

Dominski FH, Siqueira TC, Serafim TT, Andrade A. Perfil de lesões em praticantes de CrossFit: revisão sistemática. Fisioterapia e Pesquisa 2018;25(2):229-39.

Glassman G. Metabolic conditioning. CrossFit Journal. 2003;1(10):1-2.

Sigmundová D, Badura ESP, Hollein T. Parent-Child Physical Activity Association in Families with 4- to 16-Year-Old Children. International Journal of Environmental Research and Public Health 2020;17(4015):1-12.

Coto J, Pulgaron ER, Graziano PA, Bagner DM, Villa M, Malik JA, et al. Parents as Role Models: Associations Between Parent and Young Children’s Weight, Dietary Intake, and Physical Activity in a Minority Sample. Matern Child Health J. 2019;23(7):943–50.

Bassett-Gunter R, Rhodes R, Sweet S, Tristani L, Soltani Y. Parent Support for Children’s Physical Activity: A Qualitative Investigation of Barriers and Strategies. Research quarterly for exercise and sport. 2017;88(3):282-92.

OBSERVAÇÃO: Os autores declaram não existir conflitos de interesse de qualquer natureza.

Downloads

Edição

Seção

Artigo de Revisão