MICROBIOTA INTESTINAL E SUA RELAÇÃO COM O CÂNCER: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Resumo

A microbiota intestinal é uma vasta colônia bactérias, fungos e vírus que interages com as células hospedeiras para regular uma série de funções fisiológicas no organismo. Quando bem estabelecida, possui capacidade de ativar células do sistema imunológico iniciando uma resposta imune de combate a vários agentes infecciosos e até mesmo células cancerígenas. Entretanto, quando desequilibrada, pode desencadear efeitos contrários. O objetivo desta revisão foi analisar a relação entre o microbioma intestinal e o tratamento oncológico. Foram utilizados as bases de dados PubMed, Medline e LILACS "microbioma intestinal” e “câncer” e “terapia”. Encontrou-se 524 artigos e aplicou-se os critérios de inclusão/exclusão, foram selecionados 22 artigos para leitura completa. Observou-se em vários estudos que as estratégias disponíveis para alterar a microbiota intestinal para auxiliar no tratamento oncológico são o transplante de microbiota fecal, o uso de probióticos e modificações na dieta. Além disso,  microrganismos intestinais podem produzir toxinas, devido às cepas bacterianas, as quais estimulam o crescimento de células imunológicas no revestimento intestinal produzindo uma grande ação inflamatória que pode evoluir para o câncer. Entretanto, quando bem programado, o microbioma intestinal pode ajudar na resposta terapêutica do câncer, reprogramendo as células imunes dentro dos tumores, aperfeiçoando um microambiente imunológico anticancerígeno. Quando desbiose, por conta de fatores genéticos, uso de medicações como antibióticos e maus hábitos alimentares propiciam a proliferação de agentes infecciosos, atenuando a atividade do sistema imune antitumoral.